Curitiba: confronto entre professores e policiais deixa mais de 100 feridos
A Tropa de Choque fazia um cerco ao prédio da Assembleia Legislativa do Paraná, quando o conflito começou e os manifestantes, a maioria deles professores, foram agredidos
Um confronto entre a Polícia Militar e professores em Curitiba deixou cerca de 150 pessoas feridas, segundo a prefeitura de Curitiba, algumas delas em estado grave, na tarde desta quarta-feira, 29. A Tropa de Choque fazia um cerco ao prédio da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), quando o conflito começou e os manifestantes, a maioria deles professores, foram agredidos. Os ativistas estavam nas proximidades da Alep para acompanhar a votação do projeto que autoriza o governo estadual a mexer no fundo de previdência dos servidores do Estado.
Entre os feridos estão o cinegrafista Rafael Passos da CATVE, que foi atingido por uma bala de borracha, e um cinegrafista da Band, atacado por cachorros dos policiais. A confusão teve início quando um dos líderes sindicais ligado aos professores disse que o projeto seria votado, independentemente dos protestos contrários. A PM teria avançado em direção aos manifestantes. Lideranças que estavam sobre um caminhão, no Centro Cívico, passaram a pedir ambulâncias para cuidar das pessoas feridas.
Segundo a prefeitura, 150 pessoas foram feridas. Direção do Sindicato dos Professores do Paraná disse que os manifestantes estão fora do perímetro estabelecido pela polícia, em frente ao prédio da prefeitura
Um professor identificado como Davi disse que levou três tiros de bala de borracha e outras pessoas, segundo ele, chegaram a levar até seis de tiros. Os feridos foram levados para o subsolo do prédio da Prefeitura de Curitiba, que foi transformado em uma espécie de “ambulatório”.
Crianças estão sendo retiradas das escolas da região. “Algumas delas passavam mal em decorrência do gás lacrimogêneo usado pelas forças policiais na Praça Nossa Senhora de Salete [que fica em frente a Assembleia Legislativa do Paraná] para afastar os manifestantes”, informou em nota.
“No saguão da Prefeitura, onde dezenas de pessoas entraram para buscar abrigo, o cheiro de vinagre, usado para amenizar os efeitos do gás lacrimogêneo, era muito forte”, acrescentou.
Por meio do Facebook, a direção do Sindicato dos Professores do Paraná disse que os manifestantes estão fora do perímetro estabelecido pela polícia, em frente ao prédio da prefeitura. O governo do Paraná ainda não se pronunciou sobre o confronto. Com informações da Agência Brasil e Estadão Conteúdo.
Presidente da Câmara tenta mudar modo de indicação de ministros
Plano que tira exclusividade do Planalto nas escolhas ao Supremo começa a ser analisado
Por determinação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Casa voltou a discutir uma proposta de emenda à Constituição que define mandato de 11 anos para ministros do Supremo Tribunal Federal, além de retirar do presidente da República a exclusividade na indicação dos ministros da Corte. Sem alarde, Cunha instalou no início de abril uma comissão especial para retomar a discussão do tema parado há 14 anos na Casa e determinou celeridade na conclusão dos trabalhos.
A Constituição de 1988 definiu que os ministros podem ingressar na Corte com 35 anos e ficar até os 70, ou seja, por mais de três décadas. Além disso, concedeu ao presidente da República a atribuição exclusiva de indicar os magistrados do tribunal, seguindo o modelo americano. A Câmara vai discutir alterar esses dois pontos. Deputados consideram que 35 anos é muito tempo para um ministro ficar no cargo e a indicação de até quatro nomes para o Supremo deve ser feita pela Câmara e pelo Senado, dois para cada. A proposta precisa passar pelo plenário da Câmara e Senado.
O presidente da comissão especial instalada por Eduardo Cunha, deputado Arthur Maia (SD-BA), afirmou ao Estado que recebeu do peemedebista a recomendação para agilizar a discussão sobre uma proposta única sobre o tema – sete estão em discussão – e sua votação.
Prazo menor
“O Eduardo Cunha me pediu, como presidente, para que nós não utilizássemos as 40 sessões que temos como prazo regimental para discutir e votar a proposta. Ele gostaria muito que isso fosse feito num prazo menor. Eu vou buscar atendê-lo trabalhando o mais rapidamente possível”, afirmou Arthur Maia. E complementou: “Ele acha que é um tema que precisa ter uma definição rápida”, disse o deputado.
Nesse sentido, Arthur Maia agendou reunião hoje, antevéspera do feriado do Dia do Trabalho, quando o Congresso costuma estar esvaziado. “Antecipei a reunião para montarmos o nosso plano de trabalho que espero que não seja muito longo para a gente poder concluir isso com mais rapidez possível.”
Procurado pela reportagem, Eduardo Cunha disse que pautou a discussão porque “vários deputados pediram”, mas que “não tem ainda opinião” a respeito do assunto. O deputado instalou a comissão especial no mesmo dia em que a “proposta mãe” foi desarquivada.
Segundo interlocutores, ele teria criado a comissão especial para cumprir acordo que garantiu a votação da chamada PEC da Bengala no plenário da Câmara. A proposta aumenta de 70 para 75 anos a idade para a aposentadoria compulsória dos ministros do Supremo.
O texto já foi aprovado em primeiro turno na Câmara dos Deputados. Se a proposta for aprovada pelo Congresso, a presidente Dilma Rousseff não terá a oportunidade de indicar cinco ministros para o Supremo até o fim de seu mandato.
Pauta. A PEC da Bengala foi incluída na pauta como uma cortina de fumaça para que a discussão sobre o mandato dos ministros e a indicação de parte deles pelos deputados e senadores possam avançar sem chamar a atenção. Conforme o deputado Arthur Maia, as mudanças, se aprovadas, não atingirão os atuais ministros, mas os próximos indicados à Corte.
O atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, já se manifestou, quando deputado, favorável à constitucionalidade das propostas que definem mandato para os ministros e garantem ao Congresso parte das indicações. “Não há vício de inconstitucionalidade formal ou material na proposta”, escreveu Cardozo.
PT é multado em R$ 4,9 milhões por irregularidades em campanha de Dilma
Tribunal também determinou que legenda fique três meses sem receber cotas do fundo partidário
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o PT a pagar multa de R$ 4,9 milhões por irregularidades ocorridas na campanha da presidente Dilma Rousseff na sua eleição, em 2010. O tribunal também aplicou a sanção de que o PT fique sem receber, durante três meses, as cotas relativas ao fundo partidário. Uma das irregularidades identificadas foi um empréstimo simulado do Banco Rural de R$ 2,6 milhões. A fraude foi constatada durante o julgamento do mensalão.
Na terça-feira (28), o plenário do TSE julgou as prestações de contas de outros cinco partidos políticos referentes ao exercício de 2009. Foram julgadas as contas do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Trabalhista Nacional (PTN), Partido da República (PR) e Partido Popular Socialista (PPS). Os ministros desaprovaram parcialmente as contas apresentadas dos diretórios nacionais do PRTB, PSOL e PPS. Foram aprovadas com ressalvas as contas do PTN e do PR.
Esta quinta-feira (30) é a data-limite para que a Corte analise as prestações de contas referentes ao ano de 2009. Caso a análise fosse adiada, as irregularidades não poderiam ser punidas, pois estariam prescritas.
No domingo, ‘O Globo’ publicou reportagem sobre o andamento das prestações de contas dos dez maiores partidos políticos desde 2004. Das 89 prestações entregues no período, 60% não foram julgadas, sendo que 13 delas não poderão mais gerar punições aos partidos porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, no ano passado, considerar prescritas todas as contas não julgadas em cinco anos.
Contas de 2014
Os 32 partidos políticos têm até esta quinta-feira para fazer a prestação anual das contas partidárias referente a 2014. Segundo o TSE, até as 19h de ontem, PTB, PDT, PCdoB, PTC, PSC, PMN, PRP, PSTU, PHS, PSDC, PSOL, PSB, PPL, PROS, PRB, PSC, DEM, PRP e PPL haviam entregue as prestações de contas. O horário de funcionamento do protocolo é de 11h às 19h.
Terremoto afetou 8 milhões de pessoas no Nepal, diz ONU
Oito milhões de pessoas foram afetadas pelo terremoto que devastou o Nepal no sábado – mais de um quarto da população do país, segundo a ONU
Suprimentos e ajuda internacional começaram a chegar ao país, mas 1,4 milhão ainda requerem ajuda alimentar, afirmaram as Nações Unidas. A agência internacional de ajuda humanitária Oxfam espera chegar à região do epicentro nesta terça-feira (28) usando vias terrestres.
O tremor de magnitude 7,8 destruiu edifícios na capital, Katmandu, e afetou gravemente as áreas rurais. O número de mortos já passou de 4,3 mil, com outros 8 mil feridos. Foi o pior evento do tipo em 81 anos no país.
“De acordo com as estimativas iniciais e com base no último mapeamento de intensidade do terremoto, 8 milhões de pessoas em 39 distritos foram afetadas, das quais mais de 2 milhões estão em 11 distritos gravemente afetados”, detalhou o último relatório do coordenador local das Nações Unidas.
Surya Mohan Adhikari, uma autoridade local no distrito de Gorkha, perto do epicentro do terremoto, disse à agência AP que, nas áreas rurais, “90% das pessoas foram afetadas por essa calamidade”.
“Essas pessoas perderam suas casas e seus animais, perderam os meios de obter comida”, disse Adhikari. “É muito difícil chegar até eles: estão isolados por causa dos deslizamentos de terra nas estradas que passam pela montanha e o vento e a chuva dificultam o pouso dos helicópteros”.
A consultoria internacional IHS estimou que o custo de reconstrução após o terremoto pode chegar a US$ 5 bilhões – o equivalente a 20% do Produto Interno Bruto nepalês.
Os analistas da firma observaram o atraso, em termos de desenvolvimento, para um país cuja economia começava a se recuperar após uma década de conflito civil, que terminou em 2006.
“O terremoto teve um efeito devastador na economia do Nepal, que é uma nação pobre e com capacidade extremamente limitada de financiar com recursos próprios os esforços de recuperação e recuperação”, disse à agência AFP o economista-chefe da IHS, Rajiv Biswas.
“São necessários esforços internacionais de resgate em massa urgentemente, assim como assistência técnica e financeira internacional em larga escala para a reconstrução da economia no longo prazo.”
Diversos países enviaram ajuda, incluindo Índia, China, Estados Unidos e Reino Unido.
Brasileiros
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro disse que, até o momento, recebeu informações sobre 96 brasileiros já localizados que estavam no Nepal durante o terremoto. Eles não sofreram ferimentos, segundo o Itamaraty.
Funcionários da Embaixada brasileira em Nova Déli, na Índia, foram deslocados para reforçar o esquema de atendimento aos brasileiros no Nepal, que incluem um ponto de apoio no aeroporto de Katmandu.
TSE quer ouvir Costa e Youssef em ação sobre cassação de Dilma
Ação de investigação eleitoral foi proposta pela coligação do senador Aécio Neves (PSDB-MG)
O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha, determinou nesta segunda-feira que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, delatores da Operação Lava Jato, sejam interrogados no processo ajuizado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo PSDB que pede a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) por abuso de poder na campanha de 2014
A ação de investigação eleitoral foi proposta pela coligação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado nas eleições presidenciais, e pelo diretório do PSDB no final do ano passado, antes da diplomação da presidente. Os tucanos cobram a investigação do que consideram abuso de poder econômico e político por parte da presidente Dilma e do vice-presidente Michel Temer na campanha do ano passado, com cassação do registro dos candidatos.
No início da semana passada, o PSDB apresentou um recurso contra a decisão de Noronha que negou pedidos de colheita de provas e inquirição de testemunhas na ação. O ministro, então, reconsiderou a decisão e determinou o envio de uma carta ao juiz da 13ª Vara Criminal do Paraná, Sérgio Moro, para solicitar o depoimento de Costa e Youssef para que os dois façam “esclarecimentos capazes de influir” no processo.
O PSDB alega que o TSE deve examinar a possível captação de recursos de forma ilícita de empresas com contratos firmados com a Petrobras, repassados posteriormente aos partidos que formaram a coligação de Dilma Rousseff, a Com a Força do Povo, formada por PT, PMDB, PDT, PCdoB, PSD, PP, PR, PROS e PRB.
Na delação premiada realizada no âmbito da Lava Jato, Paulo Roberto Costa disse que Youssef solicitou R$ 2 milhões para financiar a campanha da então candidata à presidência Dilma Rousseff. O destinatário do dinheiro, segundo o relato, teria sido o ex-ministro e coordenador da campanha petista, Antonio Palocci.
As denúncias sobre a campanha de 2010, contudo, não são objeto da análise desta ação no TSE, que investiga a campanha eleitoral de 2014. Costa e Youssef deverão esclarecer à Justiça Eleitoral, portanto, se foram feitos repasses à coligação encabeçada pelo PT no ano passado.
O TSE também quer ouvir um servidor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), porque o PSDB acusa o órgão de ser envolvido em ocultação de dados econômicos e sociais negativos durante a campanha. Há outros documentos solicitados para apurar a influência da força do governo durante a campanha, como dados sobre eventos realizados no Palácio da Alvorada durante o período eleitoral.
Celular: falha deixa 25 mil aplicativos vulneráveis a ataques
A empresa SourceDNA, especializada em análise e monitoramento de aplicativos (apps) para plataformas móveis, alertou na sexta-feira (24) sobre a existência de uma falha que deixa vulneráveis 25 mil apps para iOS, inclusive programas de instituições financeiras do Brasil. A brecha está localizada em uma biblioteca de código chamada AFNetworking, que deixa aplicativos vulneráveis a ataques de interceptação de dados.
O AFNetworking facilita a inclusão de funções de rede em aplicativos para iOS. Ou seja, esse código é instalado junto de outros apps e não diretamente pelo usuário. Como ele é reaproveitado por vários desenvolvedores, uma brecha nesse código impacta os milhares de apps que o utilizam.
A falha está na validação de certificados digitais para sites seguros (SSL). O SSL é a tecnologia que mostra o “cadeado” de segurança em sites de internet. O cadeado só pode ser exibido quando um site possui um certificado digital válido e se esse certificado corresponde ao site visitado. Dessa maneira, um criminoso não pode usar um certificado obtido para outro site para criar uma página clonada de um endereço seguro.
Por causa da vulnerabilidade, o AFNetworking não verifica se o certificado digital corresponde ao site visitado. Com isso, um criminoso pode criar um site clonado e redirecionar o tráfego do app para esse site, usando qualquer certificado digital válido. Certificados digitais válidos podem ser obtidos gratuitamente pelos golpistas.
O ataque é mais fácil de ser realizado em redes Wi-Fi públicas. Nessas redes, um criminoso presente no local poderia redirecionar o site acessado pelo app para interceptar o tráfego e obter todos os dados, inclusive as senhas, que foram transmitidas pelo app de forma supostamente segura.
A brecha no AFNetworking já foi corrigida. Desenvolvedores podem integrar a versão mais nova do código e atualizar o app para eliminar a vulnerabilidade. Mas isso precisa ser feito para cada aplicativo.
A SourceDNA disponibilizou uma página de consulta para verificar se um app está ou não vulnerável. O G1 pesquisou por apps de cinco dos maiores bancos brasileiros: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander. Apps do Bradesco e do Itaú apareceram na lista como vulneráveis.
O G1 solicitou um posicionamento do Bradesco e do Itaú para saber se os apps estavam mesmo vulneráveis e quais medidas seriam tomadas. As instituições também foram questionadas se os apps tinham algum recurso de segurança extra que impediria a falha de ser explorada na prática.
Leia abaixo a resposta do Bradesco:
O Bradesco esclarece que está atualizando todas as versões dos apps que utilizam AFNetworking. É importante ressaltar que essa API somente é utilizada no ambiente institucional, sem acesso a dados sigilosos. O ambiente transacional de seus apps é seguro e não é vulnerável. O acesso à conta e a realização de transações ocorrem em ambiente seguro. As transações realizadas nos Canais Digitais do banco, além de utilizar senha, são autenticadas pela Chave de Segurança Bradesco ou pela Biometria da palma da mão, de acordo com o canal utilizado.
No caso dos smartphones, o M-Token, que gera as Chaves de Segurança, está integrado aos aplicativos. Estas chaves são dinâmicas e aleatórias, mudando em segundos. Informamos ainda que o banco trabalha em um processo contínuo de aprimoramento dos produtos e serviços disponíveis aos clientes. Na questão de segurança, por exemplo, possui sistemas de monitoramento, que analisam as transações em tempo real.
Leia a resposta do Itaú:
O Itaú esclarece que seus aplicativos móveis não são vulneráveis a esse risco. O banco investe constantemente em tecnologia e segurança com objetivo não somente de proteger os dados dos clientes, mas também de oferecer serviços cada vez mais ágeis e inovadores.
Dilma
reúne ministros para discutir plano de investimentos / Governo tenta construir agenda positiva para
o governo, em meio à crise econômica e aos ajustes fiscais promovidos pelo
ministro Joaquim Levy
- Atualizado em25/04/2015 às 15:53
A presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em Brasília
- 24/04/2015(Ueslei
Marcelino/Reuters)
A presidente Dilma Rousseff está reunida desde o início deste
sábado no Palácio da Alvorada, em Brasília, com vários ministros para discutir
o programa de investimentos em obras de infraestrutura e o novo pacote de
concessões de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos. Participam da reunião o
ministro da Fazenda, Joaquim Levy; da Casa Civil, Aloizio Mercadante; dos
Transportes, Antônio Carlos Rodrigues; da Agricultura, Kátia Abreu; do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira; do Planejamento, Nelson Barbosa; e da Comunicação
Social, Edinho Silva.
Também estão presentes Miriam
Belchior, presidente da Caixa Econômica Federal, e César Borges,
vice-presidente de Infraestrutura do Banco do Brasil. Participam ainda quatro
secretários da Fazenda: Tarcísio Massote de Godoy (Secretário-executivo),
Fabricio do Rozario Valle Dantas Leite (secretário-executivo adjunto), Marcelo
Barbosa Saintive (Tesouro Nacional) e Paulo Guilherme Farah Corrêa
(Acompanhamento Econômico). O primeiro a sair da reunião foi o ministro das
Minas e Energia, Eduardo Braga. Ele deixou o Palácio da Alvorada sem falar com
a imprensa.
Em consequência da menor
arrecadação e da crise econômica, que têm obrigado o governo a reduzir gastos
públicos e a promover um ajuste fiscal, a equipe econômica defende mais
investimentos privados e cada vez menos aportes do Tesouro em uma nova fase de
obras de infraestrutura. O objetivo é destravar o pacote de concessões, que
teve início no primeiro mandato de Dilma, e dar início a uma segunda etapa de
investimentos em infraestrutura.
A expectativa é que a reunião, que
teve início às 9 horas deste sábado, tenha sequência à tarde, quando é esperada
a participação de novos ministros. Um pronunciamento do governo deve ser feito
até o fim do dia. Dilma deverá indicar um dos ministros presentes para falar
com a imprensa e comentar o resultado da reunião.
(Da
redação com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
A incrível história
de Alexandre Reis, o cego que tem um cão-guia...cego / Esses animais passam até dez anos
acompanhando diariamente os passos de seus donos. Quando eles não podem mais
desempenhar suas funções e devem ser 'aposentados', seus proprietários têm um
problema: o que fazer com o cachorro?
Por:Juliana Santos- Atualizado em25/04/2015 às 13:20
O músico Alexandre Reis,
morador de São Paulo, percebeu que havia algo errado com seu cão-guia, o
labrador fêmea Hanna, no dia em que o animal o deixou esbarrar em um portão
entreaberto em uma calçada. "Ela desviou, mas não me puxou para que eu
fizesse o desvio. Aquele era um erro primário para um cachorro tão bem
treinado", lembra. No veterinário, Reis recebeu uma notícia supreendente:
sua cadela, então com cinco anos, estava ficando cega.
Hanna
foi diagnosticada com catarata no olho direito. Apesar de ser uma doença comum
para a raça, não é esperada nessa idade. A cadela foi operada no hospital da
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo e
voltou a enxergar, mas logo desenvolveu um glaucoma e perdeu a visão naquele
olho. No lado esquerdo, ela tem uma catarata ainda na fase inicial de
desenvolvimento. "Como ela desenvolveu muito rápido a catarata do olho
direito, meu receio é que ela desenvolva a do esquerdo a ponto de eu só
descobrir depois de um acidente", afirma o dono.
Para
compensar a deficiência, Hanna começou a andar com a cabeça meio de lado,
tentando aumentar o campo de visão. Ainda assim, os desafios se multiplicam
para a dupla. "Em algumas situações eu tenho de guiar a Hanna para ela me
guiar. Nas catracas do metrô, eu a treinei para não bater a cabeça nas
laterais", conta. Reis não circula mais com Hanna em lugares que ela não
conhece.
A
situação inusitada chama atenção para um problema pouco explorado em relação a
esses animais. Um cão-guia representa, para pessoas com deficiência visual,
mais do que a possibilidade de locomoção. Quando a dupla se reúne pela primeira
vez, o cachorro costuma ter de um e meio a dois anos de idade. A partir daí,
dono e guia passam o tempo todo juntos, convivendo mais do que os animais de
estimação, que ficam em casa à espera do retorno do dono. O cachorro costuma
exercer sua função em média por oito anos. Depois desse tempo, vem um problema:
o que fazer com um cão-guia quando ele não pode mais conduzir seu dono?
Separação
dolorosa - "O ideal é que o dono não fique com o cachorro quando ele se
aposenta, porque isso pode atrapalhar o treinamento com o novo cão-guia",
afirma Alexandre Rossi, zootecnista e um dos principais especialistas em
cognição de cachorros do Brasil. "O recomendado é que o animal vá morar com
outra pessoa. Existem filas de famílias que querem adotar esses cães."
De
acordo com Rossi, estudos com cães-guia já mostraram que, quando eles precisam
mudar de dono, se adaptam e ficam bem - desde que o animal seja bem cuidado.
"A gente é que sofre mais", diz. É o que revelou uma segunda
pesquisa: a separação da dupla, do ponto de vista da pessoa, pode ser parecida
com a morte do animal.
Para
Alexandre Reis, doar Hanna está fora de cogitação. "O vínculo é muito
forte, até porque ela simboliza toda a minha experiência de vida. Quando eu
penso nela eu não penso 'eu tenho um cão-guia', eu penso que é um pedaço da
minha história", diz. Ele acredita que, por ser tão condicionada pelo
treinamento de guia, Hanna não se daria bem em um lar não preparado para ela. "Eu
acho que ela adoeceria se fosse para outra família", diz Reis. Por outro
lado, Reis não sabe o que fazer com a cadela. O músico mora só e, mesmo que
conseguisse outro cão-guia, não teria quem cuidasse de seu animal, ainda mais
por estar habituado a viajar a trabalho.
"O
momento de aposentar um cão é difícil, especialmente quando é o primeiro
cão-guia, porque com ele a pessoa ganhou a independência", afirma Moisés
Vieira Júnior, instrutor de cães-guia do Instituto Iris, entidade sem fins
lucrativos que treina e doa esses animais. "Ficar sozinho o dia todo não é
o melhor para o cão, então a gente busca na família, nos amigos e pessoas
próximas ao dono uma pessoa que possa ficar com o cachorro. Em último caso,
recorremos à sociedade."
Seleção e treinamento -Os cães escolhidos para passar pelo treinamento de guias
costumam vir de uma linhagem genética que tem facilidade nesse trabalho.
"Muitas vezes as instituições que treinam cães têm sêmen congelado de
animais que ficaram bons nessa função, já que todos os cães-guia são
castrados", explica Rossi.
Para
exercer a função, os bichos precisam ser saudáveis, relativamente calmos e
mansos, além de tolerantes à amplitude térmica. O tamanho e a velocidade dos
passos do cachorro também são levados em consideração. "O pastor alemão,
por exemplo, tem um passo mais rápido e acaba puxando o dono", diz Rossi.
Por atender a esses requisitos, o labrador é a raça mais utilizada atualmente.
Os
filhotes selecionados vão viver com famílias temporárias, que têm a função de
socializar esse cão e fazer com que ele se acostume a todas as situações pelas
quais poderá passar no futuro, como andar na rua, ir a bancos, supermercados,
teatros, andar de metrô e ônibus. Essas pessoas, que são voluntárias, têm uma
autorização para estar com os cães em ambientes onde animais não são
permitidos.
Quando
completam um ano, ou um pouco antes disso em alguns casos, os cães vão para o
centro de treinamento, onde passam cerca de três meses aprendendo a desviar de
obstáculos e alertar o dono de possíveis desníveis e perigos no caminho. Umas
das tarefas mais difíceis é evitar obstáculos aéreos, como um galho de árvore
ou uma lixeira, já que os cachorros tendem a andar olhando para o chão. Os cães
também são treinados para exercer uma "desobediência inteligente":
mesmo que o dono dê uma ordem, ele não vai cumprir se achar que não é seguro.
Com
um ano e meio ou dois, o cão pode ser reunido com sua dupla, a pessoa com
deficiência visual. O perfil do animal e do dono são combinados, para que os
cães mais ativos fiquem com as pessoas mais jovens, ou que se locomovem mais
rápido, por exemplo. A dupla passa um período de mais ou menos um mês treinando
juntos, com a ajuda dos instrutores, até que começam a andar sozinhos,
supervisionados, e ganham independência. O animal contará com a assistência da
instituição que o treinou durante todo o período em que exercer sua função.
A
cada etapa do processo, os treinadores avaliam o desempenho dos cães e eliminam
aqueles que não apresentam os resultados esperados. Isso porque o investimento
para treinar o animal até que ele possa ir para casa com o dono é muito alto: a
partir de 20.000 dólares.
Brasil -A quantidade de cães-guia no Brasil é insuficiente para atender
à demanda dos portadores de deficiência. De acordo com dados de 2014 da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o número desses
animais no país "não passa de 100". Paralelamente, o Conselho
Brasileiro de Oftalmologia informa que o número aproximado de deficientes
visuais graves é de 5,3 milhões, dos quais 1,2 milhão são cegos. O alto custo
de treinamento e a dependência de doações são os principais problemas
enfrentados pelas instituições, e as causas para que a quantidade de animais
disponíveis continue tão restrita.
Fundado
em 2012, o Instituto Iris se mantém exclusivamente por doações. Eles têm como
objetivo entregar de quatro a oito cães por ano, mas às vezes nem atingem essa
meta. Apenas 25 duplas foram formadas por eles, e a fila de espera por um
cão-guia passa de mil pessoas.
Além
disso, contar com a ajuda de um animal para a locomoção, no Brasil, é um
desafio à parte. Os desníveis e buracos nas calçadas fazem com que os cães
identifiquem obstáculos e parem de andar com frequência. "Se a faixa de
pedestres não é respeitada, o cão acaba passando no meio dos carros e vai
perdendo o treinamento que foi dado a eles", explica Alexandre Rossi.
Atividade
física é menos importante do que dieta para emagrecer/ Em editorial na revista científica British
Journal of Sports Medicine, especialistas sugerem que o consumo exagerado de
açúcar e carboidratos, e não a falta de exercício, é o principal responsável
pela obesidade
Por:Giulia Vidale- Atualizado em24/04/2015 às 10:55
As calorias provenientes do açúcar e do carboidrato são as que
mais contribuem para problemas de saúde e aumento de peso pois se transformam
em gordura e dão sensação de fome(Thinkstock/VEJA)
O excesso de açúcar e carboidratos -- e não a falta de atividade
física -- estão por trás da maioria dos casos de obesidade. É o que dizem os
cardiologistas britânicos em artigo publicado no periódicoBritish Journal of Sports Medicine.
A publicação traz uma informação ainda mais impressionante: dietas muito
calóricas causam mais problemas à saúde do que o sedentarismo associado ao
consumo de álcool e ao hábito de fumar.
Para demonstrar a dificuldade do exercício conseguir se sobrepor
à má alimentação, Craig Primack, do Centro de Perda de Peso Scottsdale, nos
Estados Unidos, deu um exemplo ao MedPage Today "Um cookie tem cerca de
100 calorias. Se você comeu três desses cookies, você ingeriu 300 calorias e
para queimá-las, você teria que caminhar 4,8km".
"Nos últimos 30 anos, o que ocorreu foi um rápido
crescimento dos casos de obesidade em geral, sem que se visse uma mudança na
prática da atividade física", diz Aseem Malhotra, um dos autores do estudo
e cardiologista do Hospital Frimley Park, na Grã Bretanha. "Em
compensação, a quantidade de calorias consumida aumentou muito."
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1980 a
taxa de obesidade na população adulta dobrou. Em 2014, mais de 600 milhões de
pessoas estavam obesos.
Qualidade e quantidade -A quantidade de calorias em si não é a única culpada pelos casos
de obesidade. O tipo de alimento também é um fator essencial para o aumento de
peso. O problema está fundamentalmente nos açúcares e nos carboidratos. De
acordo com o artigo, a prevalência de diabetes tipo 2 aumenta 11 vezes para
cada 150 calorias adicionais de açúcar consumidas diariamente (o equivalente a
uma lata de refrigerante), em comparação com a quantidade equivalente de
calorias consumidas na forma de gordura ou proteína. "As calorias do
açúcar estimulam o armazenamento de gordura. Já as calorias que vêm da gordura
induzem à saciedade", afirma Malhotra.
Para o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles,
vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM),
o excesso no consumo de açúcares e carboidratos representa de fato um grande
problema para a saúde. No entanto, deve-se ficar atento às dietas ricas em
gorduras e proteínas. "O ideal, sempre, é manter uma alimentação com baixo
consumo de açúcar e priorizar carboidratos não refinados e evitar o alto
consumo de gorduras".
Brasileiros obesos -Uma pesquisa divulgada este mês pelo Ministério da Saúde mostrou
que 52,5% da população adulta está acima do peso ideal. Já o índice de
obesidade, apesar de ter se mantido estável nos últimos três anos, ainda é
considerado alto: atinge 17,9% dos brasileiros.
A pesquisa mostrou que, embora o consumo de carne gordurosa e
refrigerante tenha caído nos últimos seis anos, 29,4% da população ainda
consome carne com excesso de gordura e 20,8% da população faz uso de
refrigerantes cinco vezes ou mais na semana. Os alimentos doces permanecem na
rotina de 18,1% da população. A boa notícia é que o número de adultos que
praticam atividade física aumentou em 18% nos últimos seis anos. De acordo com
o ministro da Saúde, Arthur Chioro, se não fosse esse dado, o sobrepeso da
população brasileira poderia seria ainda maior.
Os exercícios são essenciais para a saúde. Isso não se discute.
A prática regular é a chave para prevenir doenças graves, como diabetes,
problemas cardiovasculares e demências. A prerrogativa para uma vida saudável
é, portanto, manter uma dieta saudável com atividades físicas regulares. Não há
fórmula mágica.
Primeira vacina
contra malária tem resultados positivos / Se aprovada pelas agências reguladoras
internacionais, a vacina poderá estar disponível em outubro. A imunização é a
grande esperança no combate à doença, principalmente na África
- Atualizado em24/04/2015 às 15:22
Na África Subsaariana, região mais afetada pela doença, cerca de
1 300 crianças morrem diariamente -- o equivalente a uma a cada minuto(Issouf Sanogo/AFP/VEJA)
A primeira vacina contra a malária chegou à fase final de testes
e apresentou proteção parcial de até quatro anos em um terço das crianças
imunizadas. Apesar da eficácia limitada, os resultados foram vistos com
entusiasmo pelos pesquisadores, já que foi a única imunização até agora a ter
sucesso em estudos clínicos avançados. Os dados finais foram publicados nesta
sexta-feira na revista científicaThe
Lancet.
Se aprovada pelas agências reguladoras internacionais, a vacina
poderá estar disponível em outubro. Atualmente, a malária mata 660 000 pessoas
todo ano. Na África Subsaariana, região mais afetada pela doença, 1 300
crianças morrem diariamente -- o equivalente a uma por minuto. No Brasil, o
número de casos de malária tem diminuído, com 178 000 doentes e 41 mortes no
ano passado.
De acordo com o estudo, no primeiro ano após a vacinação, os
casos foram reduzidos em 50% naqueles que receberam as doses entre 5 e 17 meses
de idade. Após 4 anos, contudo, a eficácia caiu para 36%, em comparação com as
crianças que não foram imunizadas.
A pesquisa mostrou ainda que as doses sozinhas não apresentaram
proteção significativa contra casos severos da doença. No entanto, quando
complementadas com o reforço, houve uma redução de 32% nos episódios graves. Os
bebês imunizados com menos de cinco meses de idade tiveram apenas 26% de
proteção contra malária ao longo de três anos.
"Apesar da queda da eficácia ao longo do tempo, ainda há um
claro beneficio da vacina" afirmou Brian Greenwood, professor da Escola de
Higiene e Medicina Tropical de Londres, que participou do estudo.
Durante duas décadas, a vacina RTS,S/AS01 foi desenvolvida em
parceria pelo laboratório GlaxoSmithKline e pela Fundação Bill & Melinda
Gates. Para os especialistas, a imunização será uma das muitas armas contra a
malária, assim como uso de mosquiteiros tratados com inseticida, testes rápidos
de diagnóstico e medicamentos.